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06 julho 2016

Crítica: A Shadow Falls - Capcom errou a mão? - Sim ou não?


Nihao pessoas!!! Antes de começar, quero avisar que esse artigo contém spoilers sobre a história. Então não venham de mimimi reclamando “Ah tia Bia, você contou a história”. E gostaria de agradecer a Arildo (colaborador do Streetfighter.com.br e dono do Santuário do Mestre Ryu), a Kleylson (do canal Shinzankuro) e a Luiz Fernando (Streetfighter.com.br)pela ajuda na pesquisa das referências.
Esse artigo também está publicado no Fighters!! ^^


Dia 1º de julho foi lançado oficialmente o cinematic story de Street Fighter V, A Shadow Falls. Apesar de alguns problemas iniciais de download no dia da estreia, todos agora podem conhecer a história por detrás de Street Fighter V.

Street Fighter V marca definitivamente, o fim da Shadaloo e a ascensão de uma outra organização, os Illuminatis (nome dado pela Capcom americana). Acompanhamos a última cartada de Bison na esperança de se tornar o Senhor do Mundo, usando-se do poderio de sua organização.

O enredo mostra sete Black Moons, construídas pela Shadaloo, que foram colocadas na órbita da Terra pela Shadaloo. O objetivos delas é fortalecer o Psycho Power de Bison, trazendo destruição, fazendo surgir o medo e todos os sentimento negativos que alimentariam a força do vilão. Para a construção delas, Bison utilizou-se da mão de obra de hackers sequestrados. Um dos hackers, amiga do Rashid, trai a organização, criando formas de parar as Black Moons e é morta por F.A.N.G. (infelizmente, a cena mostrando isso, foi cortada da versão final, por ser considerada muito forte). A partir daí, o jogo mostra os guerreiros mundiais tentando parar o plano de Bison. 

Os maiores destaques do roteiro, ficam em torno dos personagens Karin Kanzuki, Charlie Nash e Rashid.

A amiga de Rashid
O enredo mostra sete Black Moons, construídas pela Shadaloo, que foram colocadas na órbita da Terra pela Shadaloo. O objetivos delas é fortalecer o Psycho Power de Bison, trazendo destruição, fazendo surgir o medo e todos os sentimento negativos que alimentariam a força do vilão. Para a construção delas, Bison utilizou-se da mão de obra de hackers sequestrados. Um dos hackers, amiga do Rashid Allahu Akbar, trai a organização, criando formas de parar as Black Moons e é morta por F.A.N.G. (infelizmente, a cena mostrando isso, foi cortada da versão final, por ser considerada muito forte). A partir daí, o jogo mostra os guerreiros mundias tentando parar o plano de Bison. 

Os maiores destaques do roteiro, ficam em torno dos personagens Karin Kanzuki, Charlie Nash e Rashid.


Karin, para quem tinha aquela imagem negativa da personagem, em parte por culpa da Udon Comics e, aqui no Brasil, devido a minissérie Street Fighter Zero 3, mostrou-se ser uma ótima estrategista e líder, organizando a investida dos lutadores. Sem contar que foi mostrado mais afundo, o poderio da família Kanzuki, visto apenas rapidamente no final da personagem em Street Fighter Zero 3 e nos mangás Street Fighter Alpha e Sakura Ganbaru!, ambos lançados aqui no Brasil pela NewPop. Sendo esses mangás, uma das principais fontes de referência utilizados pela Capcom nos jogos, vide alguns trajes alternativos (como um dos de Sakura em SF IV, ou o de Karin no story mode de SF V) e até mesmo a presença de alguns personagens nos jogos (a própria Karin e Evil Ryu, que surgiram nesses mangás). Porém, quanto as referências, irei falar mais adiante.


Charlie Nash, finalmente terminou seu ciclo de herói trágico. Como disse no meu artigo anterior, o final dele de SF Zero 2 ficou valendo, fazendo com que alguns acontecimentos do roteiro de SF Zero 3, fossem modificados. Nash é trazido de volta a vida, para derrotar Bison, por uma estranha organização. Durante o jogo, é perceptível a sua alma perturbada, que procura a sua paz e o cumprimento de seu assunto pendente. Ele finalmente tem seu descanso ali, num ato de sacrifício, tentando parar Bison.


Rashid, a princípio, é visto como um alívio cômico, procurando a sua amiga hacker desaparecida. Ele procura evitar brigas e topa fazer parte do grupo formado pela misteriosa Helen, e auxiliar Karin Kanzuki posteriormente, na espera de finalmente encontrar sua amiga. Ele se torna no decorrer da trama, a peça chave para parar o plano de Bison e consequentemente, termina descobrindo que ela, foi assassinada por F.A.N.G.

Os outros personagens tiveram os seus momentos e terminamos conhecendo um pouco da personalidade de cada um. Abaixo, alguns desses pontos:

  • Laura é um tanto bruta com seu irmão, deixando Ken, Chun-Li e principalmente Cammy, sem entender a relação fraterna deles, lembrando o choque cultural de brasileiros e estrangeiros. Pena que posteriormente, Laura não tem tanto destaque;  
  • Chun-Li pode perder a cabeça algumas vezes e isso a prejudica. Porém seus fãs podem ficar tranquilos que ela é um dos poucos personagens que luta de igual para igual com F.A.N.G (que está abaixo apenas de Bison) e ganha a luta;
  •  Os sentimentos de Cammy em relação as Dolls. Cammy não entende o conceito de família e se sente confusa com suas “irmãs”. Ela deixa os sentimentos falarem mais alto ao ponto de enfrentar a polícia para salvar Decapre e aceitar a ajuda de Juri; 
  •  A preocupação de Ryu em torno do Satsui no Hadou, que faz com que ele procure e a ajuda de Dhalsim e enfrentar Necalli; ,
  •  A apatia de Alex sobre os acontecimentos em sua volta, assim como fica claro a intenção de dar um pequeno prólogo ao personagem no universo de Street Fighter;
  •  Marz, a Shadaloo Doll trágica, que não gostava de lutar e no fim, que quando sai do controle de Bison, aparentemente se sacrifica para tentar parar F.A.N.G.;
  •  O jeito sacana e meio pervertido de Juri, com direito a um diálogo hilário de duplo sentido com Vega, a respeito de Cammy. Sem contar que, ali ela assumiu o papel de anti-heroína; 
  •  A confirmação de que Juli ainda continuava sob o domínio de Bison, tornando o final de T.Hawk de Super Street Fighter IV apócrifo para a série;
  •  A revelação de Helen era na verdade Kolin, a secretária de Gill, que estava fazendo o que lhe era possível para o cumprimento de uma profecia, que marca o surgimento da criança de cabelos dourados que brilha como a chama e a água (Gill).
O destaque dado a alguns secundários, inclusive, mostra ao jogador um ponto que talvez não agrade a todos. Street Fighter não é apenas Ryu, Ken, Chun-Li e Guile. Existe um conjunto de personagens que podem ser trabalhados, enriquecendo o universo do jogo.

Outro detalhe interessante é que ele não te obriga a conhecer todo o universo criado anteriormente. Um novato que tenha começado a jogar no Street Fighter V, completando os story modes dos personagens, irá conseguir entender a trama, mesmo que uma dúvida ou outra apareça. O que reforça que teria sido bom lançar Juri e Urien primeiro, já que o story mode de Urien, de certa forma, ajuda a entender o que houve com Nash.

Porém, apesar disso, ele possui alguns defeitos. 


O primeiro é quanto a inteligência artificial de alguns adversários, principalmente aqueles que, ainda, não fazem parte dos personagens jogáveis, inclusive os futuros DLC’s. Eles estão um tanto fáceis de serem derrotados. A coisa só muda de figura no modo Extra, onde você tem a garantia de ser completamente espancado pelo computador! xD

Outro fator são alguns cortes de cena, que ficaram meio estranhos, ainda mais acompanhados de loadings. E ainda temos algumas falhas gráficas e determinados personagens que ficaram "soltos" em alguns momentos.

Neste caso, temos Guile, onde não sabemos o que o personagem fica fazendo, enquanto Chun-Li luta contra F.A.N.G. e Ryu luta contra Bison. Laura, ao chegar na base da Shadaloo, também não teve tanto destaque. necali é outro personagem que ficou solto na trama, principalmente a partir do momento em que Ryu soube controlar o satsui no hadou e desenvolveu um poder benigno muito mais forte. É uma pena, pois Necalli surgiu como um novo nêmesis para Ryu e esperava um desenvolvimento maior do personagem. Tanto que no fim, ele se tornou mais dispensável (devido ao contexto que colocaram nele a princípio), do que Birdie, por exemplo (que em nenhum momento prometeu ser alguma coisa).

"A Shadow Falls", devido a esse problema, lembra o desenho longa metragem, onde devido ao excesso de personagens, alguns não tiveram o destaque que mereciam, e a ação em dados momentos, foi rápida demais. Nesse ponto, teria sido muito mais interessante, a Capcom fazer um estilo parecido com o da série BlazBlue, com seu story mode extremamente detalhado. E a simplicidade do roteiro, em dados momentos, pode deixar alguns jogadores frustados.

Um ponto positivo, e esse vai principalmente para os fãs mais antigos, como o meu caso, são as referências. A Shadow Falls é cheio delas, um verdadeiro fanservice para quem curte.

Abaixo, algumas delas:
  • A relação de Ryu com Dhalsim, remete ao que foi visto no anime Street Fighter II V;
  • A rápida aparição de Max, uma das estrelas da abertura clássica de Street Fighter II;
  • Um dos memes mais famosos de Street Fighter, “This is delicious”, aparece em um dado momento no jogo;
  • O poderio dos Kanzuki, mostrado anteriormente nos mangás Street Fighter Zero e Sakura Ganbaru;

  • A base da Shadaloo é idêntica a Bisonópolis, que aparece no Street Fighter - The Movie;
  • A cafeteria, assim como a diversificação dos negócios da Shadaloo, também aparecem no filme do Van Damme;
  • O treinamento de Ryu e Ken nas montanhas, como foi visto no filme de animação e em alguns quadrinhos;
  • A cena de Ken se despedindo de Ryu, antes de se juntar ao time de Karin, é uma referência a intro de Ryu e Ken em Street Fighter III;
  • O diálogo de Juri ao encontrar Rashid, que faz referência ao Juri OVA;
  • A individualidade de cada uma das Shadaloo Dolls, mostrando que elas não são exatamente “clones de Cammy”, como o quadrinho brasileiro havia afirmado. Tal coisa tinha sido mostrada na Udon Comics;
  • A personalidade de Zangief e sua admiração pelos seus próprios músculos, foi mostrada anteriormente no mangá Sakura Ganbaru;
  • Alguns personagens presentes na enciclopédia criada pela Capcom, marcam presença no jogo, como o policial brasileiro Peter e o superior de Guile, Byron Taylor;
  •  As Black Moons se alimentando de energias negativas para elevar o poder de Bison é uma referência ao seu Psycho Drive visto em Street Fighter Zero 3;  
  • O sacrifício de Nash, refrência direta ao final de Guile em Street Fighter Zero;
  • A batalha de Ryu contra Bison, lembra a que aconteceu no anime Street Fighter II V;
  • O momento em que Bison segura Ryu e tenta absorver o seu poder, remete aos acontecimentos de Street Fighter Zero 3;
  • Bison se desfazendo após a batalha, também é uma alusão clara ao Street Fighter Zero 3;
  • As estátuas do cenário da última luta contra Bison são uma referência este antigo artwork mostrando a base da Shadaloo:


  • A cena de Chun-Li olhando para o local onde outrora estava Bison, antes de ir embora da base, é uma referência clara a esta imagem clássica:

  • O momento da destruição da base da Shadaloo, assim como os desertores fugindo, lembra um pouco o que acontece em Street Fighter The Movie;
  • E por fim, especialmente para os shippeiros, não notaram o clima entre Chun-Li e Ryu, após este salva-la com o seu “hadouken do amor”???? :v Falando em shipps, tem ali para todos os gostos. E fãs de Chun-Li e Cammy também podem comemorar (mesmo eu achando meio nada haver :v ) - e NÃO tenham vergonha de admitir que as shipparam, é melhor do que pagar de falso moralista progressista defensor das mulheres (sim isso FOI uma alfinetada)!!! Só fãs de Chun-Li e Nash que me desculpem, esse shipp foi completamente sepultado. Então em homenagem a vocês, um minuto de silêncio:
R.I.P. Chun-LixNash

A Shadow Falls é mediano, não sendo nenhuma obra prima dos games, mas longe de ser a bomba que alguns pintaram. E termina cumprindo a sua função, que era explicar os acontecimentos entre o Street Fighter IV e o Street Fighter III, inclusive deixando brechas para uma possível segunda parte ou histórias complementares. Aliás, seria relevante a Capcom  lançar um arcade mode, ao menos para demonstrar o final dos personagens depois dos acontecimentos, pois os dois únicos com “finais totalmente conhecidos” são os de Chun-Li (mostrado em seu próprio story mode) e Ryu. E óbvio, nessas possíveis atualizações, evitar repetir os erros cometidos em A Shadow Falls. 

Lembrando que  Capcom, no início da série Street Fighter, não se preocupava em fazer uma história complexa, diferente, de algumas concorrentes dela. Então, para os fãs que curtem a história de Street Fighter, esse story mode pode ser considerado uma boa surpresa.

Por fim, teria sido mais interessante se ela tivesse lançado esse DLC junto com o jogo e, posteriormente, ir fazendo as adições necessárias, como histórias complementares, com o passar do tempo. 



Muito obrigada por terem lido até aqui, fiquem a vontade para comentar e por hoje é só pessoal!!!! ^^

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