15 janeiro 2021

A esquecida filha de Gouken

Nihao, como vão? Hoje o post será com uma curiosidade envolvendo uma personagem que faz parte do imaginário de alguns fãs de Street Fighter, Ojou-san, a filha de Gouken!

Antes de começarmos a falar dela, um esclarecimento: Ojou não é um nome e sim um termo para se referir a uma bela garota de forma educada, em japonês. Essa personagem apareceu em duas histórias curtas, publicadas apenas no Japão, assim como é mencionada em um dos livros da série.

A primeira história onde ela aparece ocorreu na revista Gamest nº 13 de 1987 (agradeço aos rapazes do Streetfighter.com.br por terem me alertado da edição correta), intitulada "Hadouken: Prelude to Battle", desenhada por Kiyoshi Utata, que vocês podem conferir traduzida para o inglês logo abaixo (créditos a Master of Puppets Among The Disease pela tradução).

Lembre-se, leitura no sentido oriental nos quadrinhos!

É, na história, o mestre de Ryu e Ken foi morto por... Sagat? Além disso é um tanto curioso que ela apareceu primeiramente numa história da época do primeiro Street Fighter. Porém, talvez o que é mais interessante nessa história é que o autor, posteriormente, revelou que ele não teve a autorização da Capcom!!!

Capa da Street Fighter II Monthly Magazine GAMEST October Extra

A revista Gamest é conhecida por ter divulgado, tanto informações oficiais sobre diversos jogos, quanto ter publicado diversos materiais oficiais, desde edições especiais a histórias licenciadas, como o mangá Ryu Final do Masahiko Nakahira. Sim, temos o caso de uma "fancomic" publicada na Gamest! 

Oujo-san, depois de sua estreia obscura, só volta a aparecer no livro Street Fighter II: Hadouken no Nazo (Mysteries of Hadoken) que foi publicado em 1º de maio de 1994. Diferente do quadrinho ela ali só é mencionada. E conforme dito pelo Red Cyclone num tweet, provavelmente a menção dela é não-canônica.

Oujo-san teria sido responsável por dar a bandana vermelha a Ryu, que posteriormente, foi dito ter sido dada por Ken (a faixa branca ainda continua um mistério). Ele ainda explica que algumas coisas que estão naquele livro, parte é canônica e parte não é, como o próprio Akira Nishitani disse uma vez.

Sendo bem sincera, ao menos até a chegada de Street Fighter II - Champion Edition e mais tarde, dos livros da série All About, algumas informações que constavam na Gamest e em outras publicações, não necessariamente, reproduziria o conteúdo oficial da Capcom.

A última aparição de Oujo-san ocorre numa história curta de Ryu no livro Street Fighter II Fan Book. Apesar de aparentar ser uma continuação da história de 1987, na verdade, ela ocorreria antes do que é mostrado no Street Fighter II - Animated Movie.

Nela vemos a jovem indo falar com Ryu, antes dele ir embora e termina sendo atacada por um urso, com Ryu a salvando com o seu poderoso hadouken.

"Mas então tia Bia, a personagem é canônica, ou o quê?"

Então, mesmo ela dando as caras em, ao menos, duas publicações autorizadas pela Capcom, a resposta é NÃO.

Nas informações divulgadas pela Capcom, mesmo aquelas do tempo do SF II, não há nenhuma menção de que Gouken teve uma filha biológica. E como foi dito, na única publicação onde poderia se ter um fio de esperança sobre a canonicidade dela (o livro Hadou no Nazo), foi explicado que nem tudo escrito ali conta para o universo do jogo. 

E mesmo que a Capcom resolva, a essa altura do campeonato, transformar a personagem em canônica, teriam que mudar ainda mais a lore do jogo, ao menos envolvendo Gouken, para uma explicação plausível pelo seu sumiço ou para nunca ter sido citada (Gouken foi comprar cigarros e não voltou? A mãe nunca revelou que estava grávida e Gouken nem fazia ideia da existência da menina?).


Curiosidades

 

  • É dito na wikia de Street Fighter que a primeira aparição de Oujo-san ocorreu em um manhua antigo licenciado, coisa que não procede. O primeiro manhua licenciado, e mais antigo, é o de Street Fighter II (que a princípio, não era, mas os editores entraram num acordo com a Capcom), também conhecido como King of Street Fighter e nele Ryu é filho de Sheng Long e discípulo de Gen. Apesar de Gen ali possuir uma filha (fruto de um estupro que ele praticou), ela é uma velha conhecida nossa, ninguém menos que Chun-Li, que posteriormente, se torna enteada de Vega/Bison.  E como afirmei anteriormente, a primeira vez que Oujo-san aparece ocorre numa história de 1987;

  • Alguns fãs especulam que a personagem do anime Street Fighter Alpha Generations, Fuka, seja baseada em Oujo-san, pois a mesma se descreve como filha de um lutador. O próprio anime dá a possibilidade dela ser a filha de Gouken ou Gouki/Akuma com Sayaka. Curiosamente em Street Fighter: Assassin's Fist, quem cumpre o papel de ser o possível filho de Sayaka (com Gouki/Akuma) é Ryu;

  • Além de Oujo-san, Ryu, por muito pouco, não ganhou uma irmã, que seria Makoto, conforme rumores da época de Street Fighter III - 3rd Striker. E, por incrível que pareça, Sakura no manhua de Street Fighter Zero 3 é a irmã gêmea perdida de Ryu (ignoraram completamente a idade dos dois personagens), que terminou sendo adotada pelo mestre de Guy. E claro, não podemos esquecer do seu suposto irmão brasileiro Shun, que aparece no OVA Street Fighter Alpha.

E aí, gostariam que essa obscura personagem se tornasse canônica um dia, ou que ao menos desse as caras em algum jogo da série ou relacionado?  E fãs da Ingrid, comemorem, ao menos a nossa querida (ou não) deusa da luz, participou de algum jogo da série, mesmo não sendo cânon!!! 😂😂😂

E a "humilhada" foi exaltada!

Bem, espero que tenham gostado da curiosidade! =) Até a próxima!!!  

09 janeiro 2021

Páginas inéditas da HQ de Street Fighter da editora Escala

Esta vai para todos os saudosistas!

Arthur Garcia, o principal desenhista dos quadrinhos de Street Fighter da Editora Escala, em seu perfil pessoal Facebook, desde o ano passado, tem divulgado páginas inéditas dos quadrinhos, que, apesarem de terem sido pagas pela editora, NUNCA foram publicadas.

Dentre elas, temos desde uma amostra da última edição da famosa Saga do Akuma, que não foi publicada devido ao cancelamento da revista (que já tinham sido publicadas na página dele), além de imagens da edição seguinte a ela. 

Conforme informações do próprio Arthur, foram produzidas, ao todo, 3 edições que não chegaram a ser publicadas.

Abaixo algumas das páginas.

Luta de Ryu e Gouki/Akuma, na conclusão do arco "O Pior das Feras", a Saga de Akuma, na edição 21.
Outra página do arco  "O pior das Feras", da edição 21.

Página de uma história secundária que sairia na edição 21.

História centrada em Rose e em todo o misticismo que a envolve. Conforme as palavras de Garcia, é um tributo ao trabalho de Steve Ditko nos comics Doctor Strange da Marvel. Sairia na edição 22. Notaram a presença de Sheng Long ali?
O encontro de Rose com Vega/Bison. Edição 22.
Página da luta que ocorreria entre Guile e Ryu na edição 22, num torneio.

Para conferir o restante, acessem tanto o Facebook do Arthur Garcia quanto a sua Página Oficial do Facebook

03 janeiro 2021

A relação entre Death e Ingrid

Nihao! Como foram as festas de fim de ano? Bem, eu passei em casa mesmo.

Primeiro, antes de começar, quero agradecer ao meu amigo ShinZankuro que me chamou a atenção para esse detalhe, que aparentemente, "ninguém" notou na época em que a Capcom começou a soltar informações de Capcom Fighting All-Stars.

Então, agora, vamos recapitular.

Para quem não se lembra, no distante ano de 2003 (é, já se foram 18 anos), a Capcom fez um beta test de um jogo que reuniria alguns personagens da empresa (e ainda com um possível personagem convidado da SNK, que seria o K') num crossover, chamado Capcom Fighting All-Stars. Devido ao feedback negativo nos beta test do jogo, o projeto foi cancelado.

Avel, mais conhecido como Death.

Dentre os rostos conhecidos, como Ryu, Chun-Li, Strider Hiryu, Poison e outros, teríamos quatro novos personagens: D.D., Luke (conhecido anteriormente como Rook), Ingrid e Death (Avel, seu verdadeiro nome), sendo o último o vilão do jogo.

A bomba Laughter Sun

A história do jogo gira em torno da bomba Laughter Sun, que foi colocada em Metro City por Death. Ele entra em contato com o prefeito Mike Haggar dizendo que a única maneira de desarma-la seria indo atrás dos detentores dos códigos D.D. (Ogre), Rook (Fallen Angel) e Ingrid (Isis).

Dentre as informações divulgadas em 2016 no CFN Portal, que serviu como fonte para o artigo que escrevi sobre CFAS, além da história que acabamos de ler, foi dito que Ingrid e Death teriam alguma ligação, o que fez surgir algumas teorias sobre que relação eles teriam. E bem, parece que finalmente temos essa resposta.

Sim, agora se preparem!

Tudo começa num tweet de 2016 do Nakayama, responsável pelas fichas do CRI, comentando sobre CFAS, dizendo que a ficha de Death não foi colocada e que o background de Ingrid é diferente daquele que vimos na série Zero/Alpha.

Até aí nenhum problema, certo? 

Então, ao acompanhar a discussão,. em japonês que se desenrolou nesse tweet é que vem a grande revelação.

Se a tradução não tiver ruim, o que esse comentário afirma é que Death (ou Avel) é na verdade a DARK INGRID!!! Sim, em vez de um simples "lado negro", a Dark Ingrid é uma entidade a parte, uma gêmea propriamente dita.

E a partir do momento que a bomba explodisse, TODAS AS MULHERES SOFRERIAM UM INFARTO FULMINANTE E MORRERIAM.

Talvez, você esteja se perguntando agora, o porquê de eu levar a sério um tweet aleatório de uma pessoa que nem é funcionária da Capcom. Caso você seja um leitor antigo no meu blog, pode ter percebido que quem respondeu foi o famoso Ryo RedCyclone, conhecido no fandom internacional da série com o seu trabalho de pesquisa e curiosidades sobre Street Fighter. Ele chega até a perguntar diretamente a algumas pessoas envolvidas em algum projeto, caso seja necessário. Inclusive, o artigo sobre as diversas faces do pai de Chun-Li no decorrer da série é uma tradução e adaptação de um artigo dele! E sim, eu dou os créditos ao mesmo, visto que meu trabalho ali, além de traduzir, foi de colocar algumas informações a mais.

Então sim, podemos afirmar que ele é uma fonte confiável.

Death/Avel por ShinZankuro

Com isso, juntando o quebra-cabeças, era conhecido (informações do CFN Portal) que Death controlava a matéria escura presente no universo e que, diferente de Ingrid, seu ciclo de vida é mais curto, com seu corpo definhando aos poucos. O motivo dele colocar uma bomba em Metro City e espalhar o caos é uma forma de chamar a atenção de Ingrid, para assim passar seus últimos momentos ao lado dela.

Sendo revelado, então, que ele é na verdade uma gêmea de Ingrid, fica clara a relação de uma representar o fim de tudo e a outra, que manipula o poder das estrelas ser a representante da eternidade, a "deusa eterna", como é dito em seu emblema.

Isso torna ambas entidades poderosíssimas dentro do universo dos jogos da Capcom, mas que ironicamente, não possuem um "lugar de fato" dentro do universo de Street Fighter.

As participações de Ingrid em outros jogos, sendo controversas ou não, tiraram muito do brilho original do background da personagem, fazendo com que a mesma seja vista como uma Mary Sue oficial da Capcom. Enquanto que Avel, e em consequência Dark Ingrid, nem chegou a ver "a luz do dia", sendo relegada a uma personagem "esquecida" de um jogo cancelado.

Shin: Você pode não conhecer meu jogo de origem, mas sou canônico!

Diferente do que ocorreu com os personagens da série EX, com Shin de Street Fighter Online Mouse Generation, que se tornaram canônicos no universo principal, Ruby Heart, que ganhou uma contraparte canônica no universo principal (Ruby) ou até Shadow Lady, Violent Ken e Kevin Straker, que são canônicos num universo alternativo ao da série principal, absolutamente TODOS os personagens originais de CFAS NÃO SÃO considerados canônicos em NENHUM universo paralelo e MUITO MENOS da série principal, até o momento. 

E aí, o que acharam da revelação? Nada melhor do que começar 2021 com uma informação de 2016 que passou desapercebida por praticamente todo mundo (eu inclusa), não? See ya!!!

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