12 maio 2023

A situação de Ingrid e o porquê dela não ser deusa

Ah, Ingrid. Uma personagem que causa uma certa discódia e burburinho na fandom, mesmo depois de tanto tempo. Já falei dela aqui no blog algumas vezes, seja com um artigo especial sobre ela ou a relação dela com o misterioso Death.

Mesmo depoiss de tanto tempo, Ingrid é uma personagem que ainda causa dúvidas na cabeça de muitos, tanto que recentemente, está rolando uma tier list no Twitter com o nível de força canônico dos personagens em Street Fighter, colocando Ingrid como uma deusa, literalmente falando. Porém, é cânon mesmo? Ah... NÃO.

Independendo do restante, Ingrid NÃO É UMA DEUSA!

Eu não irei comentar sobre os outros personagens, o foco será em Ingrid e o porquê é errado ela estar ali, o que tira qualquer probabilidade dessa tier list ser 100% canônica. 

Antes de continuar, parte das informações que estarão aqui é a partir do conhecimetno que tenho sobre Ingrid somado com as informações ditas na conversa que o Miðgarðsorm (um dos responsáveis do novo Plot Guide, alguém que tem um conhecimento vasto sobre a lore de SF e que ajuda na tradução do japonês) e o Matt Moylan da UDON, que aconteceu justamente no tweet onde foi publicado a tier list.

Primeiro, antes de mais nada, Ingrid nunca foi retratada como uma deusa, de fato, em Street Fighter Alpha 3 Max. No plot japonês, ela vai atrás de Vega/Bison porque ele roubou algo que lhe pertence (o catalisador que terminou sendo chamado de Psycho Drive) e só. Já na versão internacional, ela que seria a verdadeira detentora do Psycho Power (oi?) e viajou no tempo para dar uma lição no senhor da Shadaloo, já que tal poder não é para ser usado por meros mortais como ele.

A única coisa em comum entre ambas as lores é que ela é poderosa e não se sabe exatamente a origem de seu poder.

Miðgarðsorm na conversa com Matt Moylan ainda comenta as diferenças entre os diálogos nas versões, que mudou completamente o sentido da história dela ali. Inclusive, na versão japonesa dá a entender que ela está ali em missão, talvez por alguma organização secreta que não conhecemos.

E essa mudança que houve na lore da personagem, foi transportada para a localização de Project X Zone 2, fazendo com que a Ingrid que os japoneses conhecem seja completamente diferente daquela que o restante do mundo conhece.

E de onde surgiu a conversa de que Ingrid seria uma deusa?

Conforme o próprio Miðgarðsorm, um fato conhecido entre alguns pesquisadores da lore e o antigo plot guide que se tinha (me incluo aqui também), é que houve uma interpretação errônea da personagem, baseado na versão internacional de Street Fighter Alpha 3 Max somado as informações que se tinha dela, até o momennto que o antigo plot guide foi escrito, do jogo Capcom Fighting All Stars.

Em CFAS, Ingrid possuía o codinome "Eternal Ray" e o seu emblema era o "Eternal Goddess", cujo o disco solar, como lembrado por Miðgarðsorm, é diretamente tirado do disco entre os chifres da deusa egípicia Íris.

Esse conjunto de fatores fez com que alguns fãs acreditassem que ela era mesmo um tipo de deusa no universo de Street Fighter. Claro, hoje sabe-se que ela seria bem poderosa na lore de CFAS, mas mesmo ali, não há nada indicando que ela seria uma deusa, no máximo, alguém de grande poder, como por exemplo, o Vega/Bison (que mesmo ele tendo virado praticamente um tipo de entidade, em nenhum momento é considerado um deus maligno em SF).

Tendo esclarecido esse ponto, você pode estar se pensando "Mas no quadrinho de Street Fighter x Tekken foi ela que jogou Pandora na Terra e dava a entender que era um tipo de deusa". Então, Matt Moylan explica o motivo disso.

Ele diz que o design dos símbolos de Pandora se assemelhavam bastante aos de Ingrid e teve a ideia de relacionar o objeto a personagem. Seu background ali foi baseado na história da personagem presente em Street Fighter Alpha 3 Max e Capcom Fighting Jam, mostrava o quanto ela era poderosa e misteriosa, não tendo relação a interpretação errônea do antigo plot guide. E claro, houve aprovação da Capcom para a hisrtória.

Claro, esse quadrinho terminou alimentando o mito sobre a personagem que se criou entre alguns fãs, mesmo não sendo a intenção, ao que tudo indica.

Caso queira ler a conversa completa, podem ler a partir deste tweet:

Atualmente, como já foi dito aqui no blog, Ingrid é uma personagem convidada em Street Fighter Alpha 3, portanto não canônica para a franquia. E para melhorar (ou piorar), conforme Matt Moylan, Ingrid não pode ser mais usada nos quadrinhos. O que me faz lembrar de uma imagem da UDON onde Ingrid foi substituída por Ed!

Além disso, não é apenas Ingrid que possui essa restrição: o mesmo vale para Captain Commando, a não ser que eles tenham uma permissão especial. Lembrando que, como disse aqui, Captain Commando não faz mais parte da cronologia dos fatos, sendo na verdade, um jogo de videogame no universo de Street Fighter.

Então, essa é a atual situação de Ingrid na franquia Street Fighter e o motivo pelo qual é errôneo considerar a personagem como um deusa ali.

Infelizmente, como até comentei aqui no blog, é fato que ela é uma personagem poderosa no universo Capcom, que faz juz ao seu emblema de "deusa eterna", mesmo não sendo uma deusa no sentido literal da palavra, mas que, ironicamente, não possui um lugar de fato dentro da franquia Street Fighter.

Quem sabe, um dia a situação dela mude? Só que, até lá, nada de deusa ou lutadora extremamente poderosa canônica. 

Capcom disponibiliza os primeiros números da HQ de SF 6

Neste mês de maio a Capcom deu um presente aos fãs: disponibilizou na íntegra o primeiro número da minissérie canônica de Street Fighter 6, gratuitamente, produzida numa parceria entre ela e a UDON Comics.

A minissérie, para quem não sabe, contará o prelúdio da história de SF 6 e nós saberemos "como a noite chegou" para Ken. Se alguém aqui não entendeu, falo das profecias feitas por Menat e Rose para Ken, em suas frases de vitória contra ele:

  • Menat: "Vejo duas estrelas brilhantes no céu, competindo para ver quem brilha mais! Mas uma parece estar se apagando..."
  • Rose: "Sua paixão arde como o Sol no zênite. Contudo, o que você fará quando chegar a noite?"

Sem falar, claro, na curiosa frase de vitória de Gill contra Ken:

  • "Desesperança. É isso que viu? Fascinante..."

Eu não irei dar grandes spoilers da HQ, que comprometam a leitura, apenas irei comentar alguns detalhes que chamaram a minha atenção quando li.

  • Luke deve ter sido um péssimo aluno em geografia.
  • Sabemos agora o nome de JP, que se chama na verdade, Johann Pretovich, confirmando, em parte, um rumor dito pelo Red Cyclone quanto ao nome do personagem, a partir das tentativas de leitura da pixacão com o nome ddo per personagem, que seria "Johann Popovich" ou "Johann Pavlovich".
  • Outra coisa interessante é que o físico de JP está um pouco diferente do que é apresentado no jogo, o que me faz desconfiar que teremos uma explicação disso mais para frente.
  • Chun-Li está investigando o incidente e sabe da inocência de Ken. Como? Leia. 
  • Descobrimos o porquê de Ken não querer a ajuda de Chun-Li (ele nem faz ideia que ela sabe de sua inocência, até o momento).

Quem quiser acompanhar a HQ, que está disponível apenas em inglês ou japonês, pode ir diretamente no site oficial de SF 6.

A UDON também divulgou em seu Facebook algumas páginas do número 0, distribuída gratuitamente nos EUA no "Free Comic Book Day". Talvez alguém que tenha adquiriodo coloque a venda ou escaneie e disponibilize, cedo ou tarde, para se conferir na íntegra.  

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