Eu não iria falar sobre isso, mas esse assunto ficou na minha cabeça, ainda mais esses dias conversando com o Blue Link.
Acredito que todos devem ter ficado cientes da treta que rolou no início deste mês: a tal Gamertag.
Tem uma página, a Xbox Mil Grau, que praticamente vive pedindo a gamer tag de todo mundo, dizendo que é uma forma de se cobrar mais transparência do jornalismo da área de games.
Sinceramente, eu concordo que deve sim, haver mais transparência. Ok, nosso jornalismo (seja de portais especializados em games ou no geral), peca as vezes, como, por exemplo a IGN copiando na cara dura um review (e fazendo uma nota depois) ou a pessoa resolver fazer um review no G1 e socando ideologia, vendo coisa onde não existe. Sabe, esse tipo de coisa, entristece a comunidade gamer, pois parecem que fazem o "trabalho nas coxas", fazem unicamente pelo dinheiro (como se odiassem videogames) e parecem nem ter familiaridade com jogos em geral. Porém, nós brasileiros ainda temos sorte, pois o nosso jornalismo ainda não virou o circo dos horrores que está na imprensa americana, onde teve casos de reviews comprados ou ficam afirmando que Cuphead é um jogo racista e excludente, em vez de dizer algo que realmente preste e agregue valor ao jogo (mesmo sendo uma crítica negativa).
Porém, no quê uma Gamertag/ID, ajudaria nisso? Poderíamos ver se o jornalista ou, ao menos alguém da redação, realmente jogou e tem uma bagagem para fazer um review informativo sobre os principais pontos do game.
Mas, qual seria o nível considerado "ideal" pelos leitores, para o jornalista fazem um review?
Sabe, jornalistas de jogos, aprendem a fazer um review com os principais pontos do jogo, em pouco tempo. Você não precisa platinar um jogo, para saber e dar uma opinião sobre a mecânica, gráficos e o desafio e, até mesmo algum tipo de curiosidade, como história, referências, algum easter egg interessante.
E aí entra uma questão, alguns leitores, IRÃO SIM querer dizer que "Fulano de Tal não tem capacidade de fazer um review do jogo X porque não platinou" ou que "Sicrano só jogou até tal fase, quem é ele para dizer que o jogo y é bom". E meus caros, tem jogos que você pode conseguir fazer todos os troféus em pouco tempo (como o Virtua Fighter 5 Final Showdown) e tem aqueles jogos que tu tens que passar dias e dias jogando para poder fazer todos os troféus, ou ao menos 90% deles (alô, série Persona, tô falando de você). E meus queridos, é impossível, para alguém que é jornalista ficar dias e dias num jogo, para se fazer um review. Ele tem que cobrir outros jogos, o editor pode passar algo pra ele em cima da hora e o cara ter que se virar sozinho.
Aliás, caso você queira compreender BEM o lado do jornalista e como funciona esse mundo, sugiro parar pra ouvir o podcast abaixo (de onde até tirei algumas informações que escrevi). Pode ser comprido, mas, ao menos, te deixará ciente sobre o que um jornalista passa.
E eu sou sincera. Na cabeça de alguns, eu nem deveria falar sobre Street Fighter (mesmo os artigos que faço sendo mais para a área de fanservice), pois, eu simplesmente, não platinei Super Street Fighter IV. E meus queridos, não é porque eu não tive paciência para platinar, que eu não seja realmente fã do jogo (escrevo esse blog praticamente dedicado a franquia há 11 anos, se não sou fã sou o quê?).
Para algumas pessoas eu só teria moral para falar da série Soul Calibur |
E eis que tivemos as seguintes pessoas:
- Os leitores que queriam mais transparência e não via nada demais em pedir a ID, não apenas dela, como de qualquer jornalista;
- Os babacas que ficaram xingando e falando o que não deve;
- O pessoal que tentou ao menos explicar como é a vida de um jornalista;
- Os vitimistas (é machismo isso que vocês estão fazendo - mesmo a galera do Mil Grau pedindo de TODOS sem exceção).
Acredito eu que faltou um pouco de compreensão de ambos e de principalmente, de alguns aceitarem que NINGUÉM é obrigado a dar a Gamertag, e um dos motivos para isso, vocês podem ouvir no podcast que pus logo acima, na hora que fala exclusivamente dos leitores (e essa não é a primeira vez que ouço uma reclamação do tipo). Assim, como para os vitimistas, que putz, NEM TUDO É MACHISMO, POMBAS. E ficar dizendo que qualquer coisinha é machismo só faz uma parte ter mais raiva daquilo que tu diz defender.
Então, amiguinho, antes de começar a ficar escandaloso pedindo Gamertags, tenta ao menos compreender como é REALMENTE a realidade. Assim como peço ao restante das partes envolvidas, para esfriarem a cabeça e também analisar, e pensar o que levou a tudo isso. Será que foi realmente birra de um grupo, ou será que o nosso jornalismo precisa realmente melhorar. E claro, não se escondam atrás de sua crença ou seja lá o que for, na hora de expor o seu argumento (ou pior, ficar xingando), pois isso só piora.
E claro, aos jornalistas ruins (leiam BEM, OS RUINS, aqueles que independendo dos problemas da profissão são medíocres), se existe alguém que consegue fazer o SEU trabalho, MELHOR do quê você e de GRAÇA, porque GOSTA do jogo, meu caro, você precisa se reciclar. Ou ao menos trocar para uma área que seja do seu gosto. E antes que apareça alguém aqui, não, não estou querendo o emprego de ninguém. Só acho que, por exemplo, se o trabalho de um cozinheiro formado é inferior ao de alguém que NUNCA ESTUDOU PRA SER UM, das duas uma: ou o cozinheiro se recicla, ou troca de profissão. Aos bons jornalistas, esses merecem o meu respeito e um abraço! =)
Por fim, eu sou da opinião de que, se a pessoa quer ser jornalista de games, tem que, ao menos saber jogar. Não precisa ser um Justin Wong da vida no SF, ou alguém que zera Battletoads do Nintendinho de olhos fechados, e sim, gostar do universo gamer, mesmo que na maior parte da sua vida, ela tenha jogado mais um determinado estilo (como RPG ou aventura).
Vou ficando por aqui pessoal. Espero ter sido clara. Então, até a próxima (que pode ser mais cedo que imaginamos :v)!! =P
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